O escritor precisa silenciar uma cacofonia de falas e desejos, centralizando no conto o que é indispensável através da dicção de quem o narra. Ao longo do processo de escrita, a membrana, que separa as suas emoções — do narrador — em estado de espírito (circunflexo, dissolvido) daquelas que vem à tona (com agudeza) no papel, conduz para fora o humor mais eloquente em determinado momento por uma osmose irresistível e que tomou conta das extremidades de seu corpo. Com o tempo, será possível dizer qual a voz que mais se sobressaiu. Se as interpelações forem muito prolíferas e causarem uma variação muito grande entre as diferentes participações, isso dificulta a possibilidade de identificar-se um padrão na tessitura geral vista em distanciamento.